Diante do cenário delicado que estamos vivendo, a pergunta que mais tenho recebido é: como continuar vendendo durante a quarentena? Pensando nisso, selecionei alguns exemplos práticos e casos reais e locais para inspirar empresas, empreendedores e profissionais.
Logo que o isolamento social começou, gravei um vídeo falando sobre todo zelo pelos colaboradores, fornecedores e clientes que devemos ter nesse período. Mas hoje quero focar mais na prática, com exemplos de estratégias comerciais para esse momento.
Antes de mais nada, precisamos avisar nossos clientes que estamos atendendo, que é possível continuar comprando e como está sendo feito para que ele continue recebendo o produto ou serviço.
Além disso, especialmente para quem depende que o cliente vá até a loja para efetuar o pagamento e está sofrendo com a inadimplência, uma ideia é usar meios de pagamentos digitais, como o PagSeguro ou Paypal. Assim você vai poder enviar um link para o cliente, que poderá gerar um boleto ou pagar através do cartão de crédito, facilitando todo seu processo de recebimento à distância.
Por falar em distância, é hora de se perguntar como adaptar o seu negócio para o distanciamento social. E a partir desse questionamento, surgiram muitas iniciativas inovadoras, como é o caso da diarista, que impossibilitada de limpar a casa do cliente, formou uma turma online e vendeu um curso ao vivo sobre como limpar a própria casa, conseguindo dessa forma seguir faturando, mas com um modelo de negócio diferente.
Outra maneira de vender é montar um e-commerce, e você pode fazer isso de uma forma bem manual através do Facebook ou do Instagram. Inclusive, existe uma ferramenta chamada Catálogo de Produtos que pode ser integrada à sua loja virtual ou mesmo ser disponibilizada para mostrar os produtos que você pode vender por inbox ou WhatsApp. Se preferir implementar uma ferramenta de venda online, existem recursos como a Loja Integrada, que facilitam muito essa transição para o e-commerce.
Para quem presta serviço, como professor ou escola, a dica é investir em plataformas que possibilitam o ensino à distância, como Youtube, Instagram, Meets, Hangouts e Zoom, criando dessa forma uma sala de aula virtual para seguir o processo de aprendizado. Para quem adotar esse modelo, uma dica extra é investir nas transmissões ao vivo, que oferecem uma percepção de valor maior do que conteúdos gravados.
Já quem trabalha com produtos precisa adaptar a entrega. Empresas que trabalham com alimentos, por exemplo, podem usar plataformas já consolidadas como o iFood e o Uber Eats para disponibilizar-se a ir até o cliente. E aqui quero citar o exemplo do Spot Café, que informou pelas redes sociais e pelo Google Meu Negócio que segue atendendo por delivery e take away, e ainda criou ações diferentes como a sugestão de enviar uma fatia de bolo a um aniversariante, que sabemos que não está possibilitado de comemorar com festa nesse momento.
Empresas de alimentos são exemplos muito comuns de como utilizar o delivery, mas até mesmo a Santa Lolla, que é uma loja de sapatos, adaptou seu modelo de negócio para levar até a casa das clientes os calçados que ela deseja provar, oferecendo inclusive condições especiais para o pagamento à vista e descontos para a nova coleção.
Falando em lojas físicas, temos também o exemplo da Contém 1G e da Encantos Íntimos. Como a Contém 1G está situada no shopping, que ficou mais tempo sem funcionamento devido às medidas governamentais, a loja teve a iniciativa de fazer uma parceria com a Encantos Íntimos, que por ser um comércio de rua pode reabrir as portas primeiro, e dessa forma uma agrega ainda mais valor à outra na hora de encantar os clientes.
A personal stylist Débora Voss também uniu estratégias em uma só solução para seguir seus atendimentos. Além de zelar muito pela segurança de suas clientes com o uso de máscara, luvas, protetor de pés e álcool gel, ela formou parcerias com outras marcas, fazendo o trabalho de pré-selecionar looks e levar para a cliente prove e aprove em casa, seguindo suas orientações de estilo.
Outro case disruptivo é o da RiHappy Brinquedos, que costuma ter lojas situadas em shoppings. Com a impossibilidade de atender na loja física, a empresa capacitou seus vendedores físicos para transformá-los em agentes de venda online. Eles receberam cupons e links especiais para divulgar as ações e produtos nas redes sociais, email ou WhatsApp, e sempre que efetuam uma venda recebem comissão. Enquanto isso, as lojas físicas se transformaram em centros de distribuição para facilitar a retirada do brinquedo ou agilizar o processo de entrega.
Quem trabalha com imóveis, automóveis e outros bens de maior valor agregado, precisa buscar o total relacionamento neste cenário delicado, e transmitir segurança ao cliente, seja para ajudá-lo a tomar uma decisão agora ou para buscar públicos que não estão tão afetados no momento. Se o seu foco era o consumidor final, uma possibilidade é passar a falar com investidores, que podem comprar agora com valor reduzido e ter maior margem de lucro no futuro.
Para fechar, vale dizer que sempre é um bom momento para o “algo a mais”, e aqui quero dar o exemplo da Aisla, loja virtual de moda feminina que, junto ao pedido, está enviando também um chá especial, com uma cartinha de agradecimento e uma mensagem de serenidade e otimismo. Além de suspreender quem recebe, esse mimo cria o efeito instagramável, fazendo com que a cliente queira compartilhar os recebidos e criar dessa forma uma divulgação espontânea da marca.
Todos esses exemplos aparecem no vídeo Vender na Quarentena, que está no meu canal do Youtube. Se você conhece algum caso inspirador, compartilha lá nos comentários com a gente! Marca a @ e recomende os serviços e produtos. Estamos juntos nessa!