LIVRO A REGRA É NÃO TER REGRAS DA NETFLIX | RESUMO E RESENHA

O excelente livro “A Regra é não ter Regras” apresenta a perspectiva de Reed Hastings, CEO da Netflix, e Erin Meyer, escritora e especialista em análise de negócios, sobre a história do streaming e como […]

O excelente livro “A Regra é não ter Regras” apresenta a perspectiva de Reed Hastings, CEO da Netflix, e Erin Meyer, escritora e especialista em análise de negócios, sobre a história do streaming e como a cultura da empresa favorece um ambiente de aprendizados e inovação. Conhecido por ser um livro repleto de insights, ele pode agregar a todos, trazendo consigo conhecimentos práticos do mundo dos negócios, especialmente do ponto de vista da cultura organizacional. Nesta resenha quero destacar os principais aprendizados que tive com a leitura.

 

No livro é possível acompanhar a visão de Reed, que acredita que o estudo do comportamento foi essencial para ele se tornar um bom gestor, levando a empresa em que trabalha a sempre estar pronta para inovar. Para fazer da Netflix uma empresa ágil e eficaz ele criou os três pilares da cultura da empresa, sendo eles: densidade de talentos, cultura de sinceridade e transparência, e por fim a remoção de controles.

 

Os insights mais valiosos retirados desses pilares serão detalhados de forma breve para que possam agregar na vida pessoal e profissional de todos os leitores.

  • Densidade de talentos

Esse pilar é a base da cultura da Netflix. Tudo é estruturado em cima da ideia de que os talentos são insubstituíveis e que é preciso ter uma alta densidade desse tipo de pessoas para o negócio se destacar perante a concorrência. Esse pilar é levado a sério na empresa, onde há uma conduta a respeito dos salários, tendo aumento nos salários de 30% a mais que a média do mercado. Essa conduta existe para evitar que os melhores colaboradores mudem de empresa por motivos financeiros.

 

Os gestores da empresa fazem um teste de retenção de talento para entender até que ponto é válido reajustar o pagamento de determinado colaborador, e os funcionários têm o direito de perguntar por esse feedback ao gestor, para saber qual é a visão da empresa sobre seu trabalho. Dessa forma, ambos os lados caminham de acordo com a cultura da transparência.

  • Sinceridade e transparência

Como segundo pilar do livro, a clara comunicação é essencial para os profissionais da Netflix alcançarem o máximo potencial. Indicadores financeiros, dados e rumos da empresa são discutidos de forma aberta, criando inclusão e laços de confiança. 

 

O livro apresenta diversas entrevistas de colaboradores com opiniões distintas sobre o modelo organizacional. Uma entrevistada disse não gostar de tanta transparência porque ficou sabendo que seu cargo poderia deixar de existir em seis meses e isso gerou muita ansiedade, fazendo com que preferisse uma comunicação menos aberta. Por parte do CEO Reed, ele acredita que mesmo com a sinceridade excessiva não sendo perfeita, ele prefere utilizá-la. 

 

Outro ponto trabalhado na empresa é a liberdade que todos têm para tomar as próprias decisões, inclusive sobre verbas para investimentos. Cada colaborador pode escolher onde investir com autonomia conforme a estratégia. As férias funcionam da mesma forma: os funcionários e gestores podem escolher quando e de que forma tirá-las. Claro que todos devem estar na mesma página para não comprometer os entregáveis da equipe, mas com a cultura de transparência isso é plenamente possível.

 

A ênfase nessa liberdade é para pontuar a importância dos momentos de lazer para os profissionais de alta performance no mercado e garantir que aproveitem os intervalos de descanso. Nas entrevistas do livro, é possível ver pessoas que preferem tirar férias intercaladas, outras que preferem períodos mais intensos e por aí segue uma variedade de escolhas.

  • Remoção dos controles

Justamente por não haver uma política rígida de gastos, a remoção dos controles excessivos é cultural dentro da empresa. Viajar na classe executiva e pedir um vinho mais caro para criar uma relação com o cliente na reunião, por exemplo, é aceitável em uma ação em prol da empresa. O ponto debatido neste pilar é a relação entre controle e prevenção, ou seja, se é necessário prevenir erros, haverá mais controle e menos inovação. Com a eliminação dos controles cria-se uma liberdade que resulta numa empresa que ajusta a rota facilmente e é criativa na hora de buscar novas maneiras de entregar o que se propõe.

 

Onde tudo se encaixa

 

Analisando o modo operacional da Netflix, é possível ver que a liga entre os três pilares é a sinceridade na hora de executar e compartilhar os planos. Com isso bem feito, é possível manter a grande densidade de talentos na empresa e remover o controle com segurança.

 

Uma frase dita no livro que diz muito sobre a sinceridade e a busca pelo aperfeiçoamento é: “O seu esforço não é suficiente”. Isso tem muito da diferença entre trabalho duro e trabalho inteligente. A frase demonstra que o esforço é necessário para alcançar objetivos, mas os resultados só acontecem se ele estiver acompanhado de criatividade e estratégia.

 

Abraçando a oportunidade de errar

 

Agora que já falamos sobre a cultura de sinceridade e inovação, vale refletir sobre a perspectiva do colaborador: estamos todos preparados para receber feedbacks e críticas diretas durante uma reunião ou apresentação de trabalho? O livro mostra que o erro faz parte do processo na cultura da Netflix, mas para nutrir a transparência é necessário estar disposto a receber opiniões bem diretas.

 

Como a Netflix já sabe, será necessário que eles mudem de rota diversas vezes, de forma ágil, eles não querem ficar presos ao modelo conservador de fazer apenas o que deu certo, pois isso pode parar de funcionar em algum momento e estar pronto para inovar é essencial no mundo moderno. Para finalizar essa análise, segue uma fala do próprio Reed Hastings: “Se você encarar o que está evitando desesperadamente, é mais provável que reme naquela direção. Se concentre no aprendizado, e não no erro.” Pare de focar onde já errou ou no que vai errar e direcione sua mente ao aprendizado. Como sempre digo, quem vê sucesso não vê tentativas, mas elas são parte essencial dos resultados.

 

Para conseguir se internacionalizar, a Netflix teve que enfrentar culturas e legislações diferentes, mudou de rota diversas vezes para descobrir a forma certa de ganhar mercado e assim como essa grande empresa, todo profissional terá dificuldades em seu caminho e precisará ser ágil e entender o momento de recalcular a rota.

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