Bombar e VIRALIZAR: saiba quando esse resultado é RUIM

O sonho de muitas marcas e profissionais que pode virar cilada: viralizar. Diferente dos influenciadores digitais, as marcas podem ser muito prejudicadas com esse aumento repentino de visualizações, por isso é necessário se atentar a alguns pontos importantes. Entenda quando essa explosão de visibilidade pode afetar negativamente seus resultados e o que fazer na prática para ter sucesso sem ser refém do alcance.

 

1. Quando você não tem um canal de vendas suficientemente robusto

O primeiro cenário em que a viralização pode ser prejudicial é quando você não tem um canal de vendas capaz de lidar com o influxo de pessoas resultante da viralização. Um exemplo real dessa situação é a Papelaria Castorino Santana. Eles viralizaram apostando na tendência da nostalgia, mas não estavam preparados para lidar com o aumento súbito da demanda, resultando em longas filas e muitas reclamações.

 

2. Quando você não pode gerenciar a conversação

O próximo cenário problemático ocorre quando você viraliza, mas não tem tempo para gerenciar a conversa resultante. Comentários também são conteúdos e precisam ser gerenciados. Se você faz um post polêmico que atrai muitos comentários e não tem tempo para gerenciar a conversa, pode acabar perdendo o controle da situação. 

 

Esse tipo de problema acontece mais em nichos em que a individualidade é um ponto forte, como no cenário da educação física, nutrição e até Marketing Digital. Pense na hipótese de alguém que compartilha “Os sete passos para viralizar no digital”, por mais que realmente tenha dado certo para esta pessoa, pode não ter funcionado para diversas outras e isso pode gerar muita polarização e perda de controle na parte dos comentários.

 

3. Público-alvo desqualificado

As marcas e profissionais possuem um público-alvo, é por isso que falamos tanto sobre Personas e segmentação. Para que você seja relevante para o seu público é necessário ser específico. A viralização por outro lado, alcança um grande número de pessoas, muitas das quais podem não estar interessadas ou não se qualificam para ser seus clientes.

 

Isso é particularmente comum em áreas que prestam serviço, como a dermatologia, onde você pode atrair uma grande quantidade de pessoas interessadas, mas com capacidade limitada para oferecer tratamentos personalizados e exclusivos para cada uma delas.

 

Você se torna viral e atinge milhões de pessoas. Todo mundo tem perguntas, todo mundo está curioso sobre o serviço que você presta, mas você simplesmente não pode atender a todos. Muitas dessas pessoas não são aderentes ao serviço que você presta, ou seja, elas não se enquadram no seu público-alvo. Esse alinhamento simplesmente não ocorreu.

 

Esse é um cenário comum onde a viralização é tudo o que a marca não quer. Ela alcança muitas pessoas, mas elas não estão qualificadas para se tornarem seus clientes. E é importante lembrar: seguidores e engajamento não pagam contas, é preciso qualificação e alinhamento com o público-alvo para converter esse alcance em resultados reais para os negócios.

 

Então, na próxima vez que você sonhar em se tornar viral, lembre-se de que qualidade muitas vezes supera quantidade quando se trata de alcançar o público certo.

 

4. Incoerência de tom de voz

O “tom de voz” de uma marca não é apenas sobre como ela se comunica verbalmente. Ele engloba desde a linguagem utilizada até a estética visual, os valores da marca e a personalidade que ela apresenta ao mundo. 

 

E o que acontece quando uma marca viraliza sem manter a coerência com seu tom de voz? Pode gerar confusão, desalinhamento e até mesmo alienação de seu público-alvo. Imagine que sua marca tenha um tom de voz mais sério e profissional, mas de repente você se torna viral por algo cômico ou irreverente. Embora possa parecer divertido à primeira vista, esta incoerência pode lançar dúvidas sobre a identidade da sua marca e até mesmo distanciar aqueles que estavam alinhados com sua comunicação original.

 

Por isso, é imprescindível garantir que qualquer conteúdo que tenha potencial para se tornar viral seja consistente com o tom de voz da sua marca. Se a viralização resultar em um aumento significativo da atenção para a sua marca, você deve estar preparado para manter essa atenção e convertê-la em lealdade de marca, garantindo que seu tom de voz seja autêntico e consistente.

 

5. Desalinhamento com seu objetivo

 

Às vezes a viralização ocorre de maneira completamente acidental e acaba fugindo do objetivo inicial daquele conteúdo postado. Isso pode ser ilustrado por uma história verídica envolvendo um de nossos alunos.

 

Ele estava em busca de uma nova posição no mercado e, para aumentar suas chances, decidiu trabalhar seu marketing pessoal de maneira bastante intencional, sempre alinhado com seus objetivos profissionais. Com um perfil aberto no Instagram, ele se manteve focado em transmitir a imagem que desejava passar para potenciais empregadores.

 

Porém, um dia, ele decidiu fazer uma brincadeira sutil sobre atendimento ao cliente em suas redes sociais. Acontece que esse conteúdo viralizou demais, especialmente no TikTok, atingindo milhões de pessoas. Seu perfil foi inundado por comentários, muitos deles expressando frustrações com o atendimento ao cliente.

 

O aluno ficou bastante surpreso e preocupado com a reação. Milhares de pessoas estavam visitando seu perfil, mas não era esse o público que ele desejava alcançar. Ele buscava a atenção de recrutadores de RH, não de uma multidão indistinta. Em resposta, ele arquivou a publicação e fechou seu perfil, cauteloso com a repercussão inesperada.

 

Esse caso ilustra como a viralização pode trazer problemas, ao invés de soluções. Nem sempre alcançar uma grande audiência significa que você está alcançando a audiência certa. E é por isso que é crucial ter uma compreensão clara de seus objetivos antes de buscar a viralização. Se joga!