Análise do Livro BLINK – A Decisão Num Piscar de Olhos de Malcom Gladwell

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Oi, pessoal!

Hoje vamos falar sobre o livro BLINK – A Decisão Num Piscar de Olhos, do autor Malcolm Gladwell. Já falamos sobre outro livro dele aqui no blog, o fantástico Outliers.

Blink é um estudo sobre a intuição e a capacidade humana de tomar decisões de forma muito rápida. Esse processo decisório precisa ser interpretado, é uma sensação, aquilo que chamamos de “sexto sentido”, algo inconsciente.

Gosto de definir intuição com essa frase: “Eu não sabia que já sabia!”

Se preferir, confira o vídeo com o resumo do livro na íntegra, diretamente do meu canal no Youtube.

Duas Mentes

O livro começa fazendo uma analogia para nós, leigos, explicando que nosso cérebro funciona como se tivesse duas mentes: uma mais racional, que se baseia em argumentos lógicos e outra inconsciente, livre, curiosa e criativa – que não aceita os mesmos argumentos.

Interpretação versus Explicação

Não podemos explicar intuição. O inconsciente precisa ser interpretado. É por isso que quem usa intuição não consegue explicar o que sentiu, é uma sensação. Se você faz o tipo que força a barra, tentando achar um método, pode estar dificultando o uso da sua intuição para tomar decisões num piscar de olhos.

No livro, um exemplo bem interessante é o de curadores de museus que, sem saber explicar porquê, percebiam que uma obra era falsa, mas ao se deparar com documentos e atestados de autenticidade, mudavam seu veredicto. Eles também não sabiam que já sabiam.

Acertos versus Intuição

O livro tenta mostrar que o senso comum, de achar que a lógica não erra e a intuição sim, não é correto. Decisões intuitivas (e rápidas) são precisas e acuradas também! É uma pena que não damos importância a essa lado do nosso processo decisório, preferimos enaltecer somente o lógico.

Experiência

Quanto mais experientes, mais preparados para reconhecer sinais que não estão na cena. O exemplo presente no livro é o de bombeiros, que quanto mais experientes, mais aptos a perceber barulhos típicos de incêndios. Se não os escutam, sabem que a chance de explosões aumenta. Não o fazem de forma racional e lógica e sim, com intuição, tomando decisões rápidas.

Lado Sombrio

O autor nos alerta para não confundir preconceito com intuição. No livro vários casos são citados, mas o que mais me chamou atenção foi o de trompetistas que eram aclamadas quando os críticos só podiam ouvi-las, mas desmerecidas quando tocavam em público, ao vivo. O que os olhos veem, o coração ACHA que sente. Cuidado com essa armadilha!

Timidez

Pessoas muito tímidas ou inseguras podem ter dificuldade em informar que sentiram algo, que tiveram intuição. Claro! Como explicar o que sentiram de forma lógica? E se estiverem errados? Tomar decisões rápidas é um ato de coragem e de extrema confiança em nosso inconsciente.

Marketing e Pesquisa de Mercado

No início dos anos 80, a Coca Cola Company tomou a decisão de criar a New Coke, uma nova fórmula mais adocicada para competir com a Pepsi – que crescia em vendas. Na pesquisa de mercado, todos os consumidores alegavam que preferiam o sabor doce da concorrente. Na hora de provar o produto protótipo, os consumidores respondiam ter adorado a nova Coca Cola, mais açucarada. Mas o que aconteceu quando ela foi lançada? O produto foi um fracasso de vendas.

Isso aconteceu porque nossa mente nos prega peças o tempo todo. Parecemos gostar, mas no fundo não gostamos. Além do mais, temos expectativas diferentes em relação a marcas e muitas vezes, os argumentos não exprimem o que sentimos – aquilo que não é dito.

Sejam nossas decisões rápidas, intuitivas ou lógicas todos estamos sujeitos a erros. Até mesmo marcas estruturadas, de empresas cheias de talentos, podem errar. No final, somos todos humanos. Mas sem um voto de confiança naquilo que não sabíamos que já sabíamos, podemos deixar de ter acesso a um mundo muito interessante, mais intuitivo e onde decisões certeiras são tomadas em um piscar de olhos.