Assim como no cenário econômico, as previsões sobre o futuro do Marketing Digital e Interativo são essenciais para a estratégia das empresas que investem ou pretendem investir em comércio eletrônico.
Por muitos anos, especulou-se sobre a utilização de canais interativos e sociais como plataformas para as empresas alocarem seu esforços de marketing. Hoje as mídias sociais não são mais tendência, são rotina. As conversas sobre social commerce e gestão de redes sociais saíram das salas de aula para as salas de reunião.
Na Internet, a pressão de preços é muito maior do que no mundo físico. Estamos a um simples clique de nossos concorrentes, aumentando a competição e a pesquisa de preços na pré-compra. Sem competitividade ou muita diferenciação, dificilmente uma empresa consegue prosperar no comércio eletrônico. Isso não mudará, dada à própria natureza da web.
O Google lançou seu produto de comparação de preços, o Google Shopping, baseando a indexação de resultados em preço e qualidade da descrição dos produtos (imagens, texto e reviews de usuários). O objetivo é simples: permitir que o consumidor encontre diretamente na busca o que procura, pelo melhor preço (saiba mais neste artigo).
A diferença é que antes, só preço e qualidade bastavam. No futuro, o relacionamento também não será mais diferencial, será pré-requisito. As vertentes do social commerce ganham forças baseadas nessas tendências. Muitas vezes, o Facebook – plataforma mais utilizada como base de aplicativos de venda em redes sociais – funciona como uma vitrine e não como check out. Se o consumidor se interessar pelo produto através do Facebook, clicar no link e for até o e-commerce para o adquiri-lo, isso ainda é social commerce. O botão “comprar” não precisa estar na sua FanPage, contanto que lá seja possível gerar o primeiro passo do funil de vendas.
As vertentes entre o que é social e o que é transação de compra e venda irão sim se misturar e se complementar, mas deverão ser sempre pensadas de maneira distinta. Por que? Para evitar que à todo o momento, sejam “empurrados” produtos ao consumidor digital de informação e informação para o consumidor digital de produtos. Cada um deles deseja coisas diferentes e omitir um dos lados é um erro estratégico.
Plataformas:
Um programa que materializa muito bem o que vem por aí quando o assunto é plataformas para e-commerce é a parceria entre Google e Bradesco – Conecte seu Negócio.
As micro e pequenas empresas podem construir um site sem custos e sem necessidade de contratação de prestadores de serviço especializados, no próprio site do projeto, usando a plataforma Yola. Para aqueles que desejem uma loja virtual, entra em cena outra plataforma, o Shop Fácil Bradesco. Segundo Aurélio Pagani, diretor da área:
“Com essa parceria, pretendemos estimular nossa base de clientes micro e pequenas empresas a estruturarem suas empresas na Internet, ferramenta fundamental para o crescimento dos negócios”.
A empresa que participar do programa também passa a ter créditos de Adwords e receberá consultoria gratuita sobre como gerar e melhorar os anúncios com links patrocinados no Google.
O Bradesco ganha com isso através da distribuição de seus produtos, visto que as empresas que criarem sites no Conecte seu Negócio passam a ter o Bradesco como parceiro financeiro. O mesmo benefício é o que mantém os outros nomes de peso do projeto: Serasa e HP. Todos buscam abocanhar essa generosa fatia de mercado formada pelas micro e pequenas empresas, que até pouco tempo atrás eram alheias ao Marketing Digital.
As plataformas para social commerce, em especial as focadas no Facebook (F-commerce), também estão ganhando espaço. A facilidade de integração entre APIs nessa rede social facilitam – e muito! – o desenvolvimento de aplicativos que funcionam como vitrines ou lojas. O exemplo mais conhecido é a Like Store, que permite criar uma loja dentro do Facebook de forma gratuita e gerenciar pagamentos através de outro widget, o MOIP. A Br smedia – empresa de soluções focada em mídias sociais – está em fase final de desenvolvimento de uma plataforma de social commerce que rodará tanto dentro da rede social como dentro do site do cliente. É inovação vindo pra área!
O que fica cada vez mais claro é que, a partir de agora, o debate não será mais técnico. O único diferencial entre as empresas que atuam na Internet será a estratégia, já que plataformas e sites não são mais artigos de luxo para os que podem arcar com o investimento necessário.
Vale lembrar que a plataforma ainda é pré-requisito de qualidade! Se travar, demorar ou apresentar erros, o carrinho será constantemente abandonado e esse consumidor não voltará (ou recomendará) à loja. A analogia é a mesma do mundo offline – você pode investir em um ponto de venda exclusivo, com estacionamento e em excelente localização ou então, montar uma barraquinha na calçada. Para cada situação haverá uma expectativa de faturamento e uma estratégia de atuação. A “economia” no desenvolvimento da loja virtual não compensa. O melhor é sempre optar por plataformas bem sucedidas e reconhecidas pelo mercado.
Pois é, não basta estar online, é preciso ser online!
Foto de capa por Štefan Štefančík