Já falamos sobre tendências do Marketing Digital para e-commerce aqui no Marketing Drops, destacando que o diferencial não está mais na plataforma e sim, nas estratégias adotadas e no modelo de negócio proposto – a forma pela qual uma empresa cria valor para todos os seus principais públicos de interesse.
Aliás, é impossível falar sobre Internet sem mencionar os modelos de negócio! São eles o ponto central da web, que transformaram startups em empresas multimilionárias. Os exemplos são conhecidos: Amazon, Google, Facebook, Yahoo, Flickr, etc. Todas essas empresas tem dois pontos em comum: são empresas .com e revolucionaram seus mercados ao criar valor para seus públicos de uma maneira inovadora.
Segundo dados divulgados pela Revista Exame, estima-se que o número de lojas virtuais no Brasil tenha crescido 800% entre 2005 e 2010. Fala-se da existência mais de 10.000 sites de venda online no país.
Dificuldades mais comuns:
- Aumento da concorrência e da oferta de produtos
- Conversão de visitas em vendas
- Fazer com o que o cliente volte a comprar
Apesar das dificuldades serem conhecidas, a grande maioria dos empreendedores tende a acreditar que a “trinca” loja bonita, plataforma que funcione e produtos de qualidade será o sustentáculo do sucesso. Sim, tudo isso é essencial, mas não gera mais valor pro consumidor, não é um diferencial de fato. Afinal, que dores dos consumidores essas empresas .com vão sanar? Essa é a pergunta chave! E é aí que entra uma nova vertente que vem dando resultados expressivos na web: o modelo de e-commerce com assinatura, no qual clientes tornam-se sócios, pagando mensalidades e usufruindo de produtos e serviços cada vez mais personalizados.
Um exemplo antigo, lá da década de 20, é a Book of the Month. Ela surgiu pouco antes e sobreviveu à crise de 1929, justamente por contar com um modelo de negócio pioneiro na época. Acreditando que os consumidores não dispunham mais de tempo para escolher e comprar livros, essa empresa americana – hoje focada na web – vendia assinaturas, que prometiam entregar ao assinante pelo correio, “o melhor livro do mês”, eleito por uma banca composta por críticos e escritores. Este clube entregava aos seus clientes o serviço de “triagem”, curava a dor de ter que escolher um bom livro, em meio à crescente oferta. Esse exemplo é sensacional porque mostra que ser online é um mero detalhe! Essa empresa octogenária continua prosperando porque tirou seu foco da plataforma, para focar no que importa – o negócio.
Outro case interessante é o da ShoeDazzle, empresa americana fundada em 2009 e que hoje conta com três milhões de assinantes. A proposta é receber – pelo preço da assinatura de quarenta dólares – um sapato, uma joia ou uma bolsa, todo mês. Para o lançamento, a ShoeDazzle recebeu aporte de fundos que tem investimentos na Netflix e Brandsclub – outros dois exemplos de modelos de negócio inovadores. A brasileira Shoes4You trouxe o modelo para o Brasil, fazendo pequenas adaptações. Na plataforma, o foco são os user reviews e testes no modelo quiz para sistemas de preferências – que visam compreender o gosto e estilo das consumidoras, para no futuro apresentar ao cliente somente aquilo que ele quer ver.
Também de olho nas mulheres, a GlossyBox – empresa alemã com operação no Brasil e em outros 8 países – envia todo mês às suas assinantes uma caixa com amostras e miniaturas de produtos de beleza. Se preencher o teste de preferência, a cliente pode personalizar a caixinha com os produtos que combinam com ela. As assinantes ganham pontos que podem ser trocados por produtos em tamanho original e tem acesso à dicas exclusivas sobre beleza e cosméticos através do site. Genial!
E tem gente grande de olho nessa vertente promissora: a Amazon, gigante do varejo online, vem ampliando o programa Subscribe & Save, seu serviço de assinatura de produtos de reposição frequente, como pasta de dentes, papel higiênico e shampoo.
Para finalizar esse post sobre modelos inovadores, compartilho com vocês a fantástica citação do entusiasta da propaganda baseada em métricas, Howard Gossage: “As pessoas não leem anúncios. Elas leem o que estão interessadas.”
Foto de capa por PhotoMIX