O post de hoje tem como objetivo falar sobre os movimentos de inovação em e-commerce, principalmente naquilo que já foi testado por grandes marcas, para então, explica-los. Para facilitar a leitura, vou dividir esse texto em tópicos. Se joga! :)
Antes de conhecer as tendências, entenda o cenário do e-commerce brasileiro neste post
Mobile Commerce:
Acessamos a Internet via dispositivos móveis em uma relação desproporcional ao resto do mundo. Dos 83,5 milhões de internautas, 41 milhões acessam à internet através de smartphones e tablets! Durante o processo de compra, uma das primeiras etapas é a de comparação de produtos. Isso pode sim ser feito por celular. Para finalização e check out, dificilmente um celular será utilizado, mas os tablets suprem essa dificuldade. Alguns dados que reforçam essa tendência:
- 5% das buscas por produtos acontece via celular
- O market share do mobile commerce é de 2,5% sobre o total de vendas do e-commerce nacional
- 70% das compras em dispositivos móveis acontecem em tablets
- Nós brasileiros passamos, em média, 135 horas por mês olhando para a tela de nossos smartphones
Em linhas gerais, é importante adequar sua loja à essa nova realidade, contando com layout responsivo e funcionalidades ativas em plataformas móveis. Muitas vezes me questionam sobre isso com os dados de acessos por dispositivo do Google Analytics. Ora, se sua loja fecha a porta na cara do consumidor que está em um dispositivo móvel, não é de surpreender que ele não volte e que outros consumidores façam o mesmo, mantendo esse índice sempre baixo. Por enquanto, essa tendência é um nicho de mercado, por isso, trate-a dessa maneira para conseguir viabilizar os investimentos necessários.
Gamification:
Gamification é o uso de mecânica de jogos em um contexto que não seja de games. O exemplo mais comum é o do Foursquare, na qual a plataforma oferece recompensas para cada mayorship, novo badge ou check in. O resultado é o mesmo de quando jogamos videogame: acabamos viciados, consumindo muito mais daquele entretenimento. Há uns 2 anos atrás, a empresa de jogos e social games Mentez fechou uma promoção com a Lacta, na qual sementes de chocolate Bis eram vendidas dentro do game social, o Colheita Feliz. O usuário plantava sua sementinha e nascia uma árvore de Bis. Com baixa expectativa, as duas empresas tiveram que lidar com crises em mídias sociais quando as sementes se esgotaram em poucas horas e outros itens da mecânica se mostraram impraticáveis, levando à ira os fiéis jogadores, como podemos ver nesse link.
Outro grande player da área de games sociais, a Vostu, desenvolveu uma parceria semelhante com o Wallmart: o varejista está no jogo social MegaCity. A recompensa? Descontos! O sucesso da estratégia mostra o potencial do uso de gamification para aumentar as vendas. Sobre os argumentos do tipo “ninguém joga essas coisas”, um dado: o Brasil representa 30% dos 49 milhões de usuários do MegaCity! As mulheres acima dos 25 anos são o grande público dos social games, segundo a ComScore.
Omni Channel:
Omni channel é um conceito que vai além das estratégias de multi canal. É um conjunto de processos e estratégias que consolida a percepção do cliente de que a marca é uma só, esteja ele em uma experiência de compra no varejo físico ou virtual. Nessa área complexa, o desafio é a integração dos canais para gerar a melhor e mais conveniente experiência de compra possível. Um adendo: pós venda também é venda! Se a sua marca trata o SAC das redes sociais, call center e lojas físicas de forma desconectada e com políticas divergentes, a leitura desse tópico é mais que recomendada!
Alguns exemplos:
– Saraiva: você compra o produto na loja virtual e retira em qualquer loja do Brasil, com “frete grátis”. Sabendo que a existência de lojas físicas é o maior fator de confiança do consumidor de e-commerce, essa estratégia se adéqua à muitos segmentos. O cliente ganha a percepção de “reserva” do produto, a loja ganha uma visita e uma potencial nova compra. Ambos ganham com a economia de frete. Simples e efetivo!
– MeMove: nessa loja, o contato humano é mínimo. São poucos vendedores e você escolhe tudo sozinho. Na hora de pagar, um caixa rápido operado pelo cliente. Você mesmo coloca suas compras em uma caixa e através de códigos do tipo RFID é apresentado em uma tela o valor total. Lá você finaliza a compra através da Internet com diversos gateways de pagamento. Falarei mais sobre a experiência de compra na MeMove no próximo post, mas adianto que foi 100% positiva!
– Pão de Açúcar Cidade Jardim: em um aplicativo para celular projetado para idosos e mães com filhos pequenos, a união entre o offline e online é completa, cada qual com sua melhor possibilidade. O cliente usa um aplicativo para “marcar” os produtos que escolheu nas gôndolas do supermercado, da mesma maneira que no processo offline, quando coloca os produtos no carrinho. Quando termina de comprar, o aplicativo apresenta a opção de fechamento, com pagamento através do celular, via cartão de crédito. Após algumas horas, suas compras são entregues em sua casa! Como apaixonada por passeios em supermercados, não gosto da experiência de compra online, mas confesso que detesto a fila do caixa, o empacotamento e o esforço de carregar tudo aquilo para minha casa. Neste caso, temos o melhor dos dois universos!
No próximo post falaremos sobre experiência de compra em e-commerce, fiquem de olho! :)
Foto de capa por Igor Ovsyannykov