Big Brother Brasil: você ama ou odeia?
Antes de expressar sua opinião pessoal, já quero começar lembrando que o profissional de marketing não deve fazer juízo de valor. Nosso papel é ser intérprete do comportamento do nosso consumidor, que certamente está dando a famosa “espiadinha” no programa.
Existem muitos dados que provam o quanto o BBB é relevante para os profissionais de marketing. O termo “big brother” está sempre entre os mais buscados do Google. Toda busca é um intenção; tudo o que gera curiosidade é porque desperta o interesse!
O fator polêmica é outro ponto importante que acaba instigando a audiência. Para terem uma ideia, fiz uma enquete no Instagram sobre amar ou odiar o BBB, e por mais que 70% das pessoas tenha dito que não gosta, foi incrível perceber que essa foi uma das postagens que mais gerou interações e alcance! Isso quer dizer que, ainda que as pessoas não gostem, o interesse pelo tema existe.
Vale destacar também a relevância do programa do ponto de vista de investimento direto em publicidade, que soma em torno de 256 milhões de reais, de grandes marcas como Americanas, Burger King e Picpay.
Não bastasse toda essa relevância, a edição de 2020 nos traz ainda outros aspectos para ficar de olho. É a primeira vez que participantes famosos foram convidados para o confinamento, e entre eles estão influenciadores digitais que têm milhões de seguidores e influenciam muito o comportamento de compra e consumo dos nossos consumidores.
É a primeira vez que o programa promove a conversa entre um canal de massa que é a Rede Globo, com influencers que são verdadeiras celebridades em seus nichos de mercado, e esse movimento de convergência digital se estende inclusive à assessoria de imprensa, que conta com perfis como Gina Indelicada e Nana Rude, já muito seguidos pela forma mais autoral de comunicar.
Com participantes que estão acostumados a publicações frequentes, a organização do programa liberou inclusive o uso de celulares – com limitações é claro – para que os eles pudessem gerar conteúdos para o perfil do BBB.
Preciso destacar também as estratégias específicas de alguns influencers da edição, a exemplo da Bianca Andrade, que já selecionou e fotografou todos os looks para o paredão, juntamente com os produtos da sua linha de maquiagem Boca Rosa. Ao entrar ao vivo no programa de domingo, seu look era simultaneamente publicado com os créditos para sua linha de make, e publi das marcas de roupa e acessórios.
Todo esse planejamento tem muito a nos ensinar, já que os influenciadores digitais trabalharam bastante para adiantar conteúdos, com certeza com estratégias para planos A e B, seguindo sempre uma linearidade para que a equipe conseguisse seguir o cronograma de postagens e interagir com o público enquanto eles estão confinados.
Sabendo a importância da construção dessa narrativa, a Manu Gavassi utiliza um planejamento que envolveu pelo menos 90 conteúdos prontos que são uma verdadeira lição de storytelling, com a hashtag #whothefuckismanugavassi, vídeos de apresentação e até mesmo a divulgação de um novo clipe, que aconteceu em um momento certeiro de audiência pré-paredão. Ciente de que a visibilidade traria novos seguidores, até por ser uma fábrica de memes, ela já deixou o perfil preparado para receber essas novas pessoas. Detalhe: estamos falando de 175 mil seguidores em apenas um dia!
E lembra quando comentei sobre o fator polêmica? Além de deixar vídeos agendados sobre sua história e expectativas em relação ao programa, Pyong Lee gravou junto com a esposa para tratar de um tema que sabia que despertaria a atenção do público: o fato de Sammy Lee estar nas semanas finais de gestação, e ter dado à luz ao filho do casal enquanto ele está no confinamento.
Para fechar, quero lembrar que esse conteúdo não é uma opinião pessoal sobre gostar ou não do programa ou dos participantes. Como profissional de marketing, estou aqui para acompanhar esse tema tão relevante para a audiência e compartilhar esses insights pra gente aprender cada vez mais.