Por envolver várias atividades, minha empresa hoje conta com uma equipe que chamo de Team Cami para suprir todas as demandas que não absorvo. Eu tenho uma empresa que tem como foco a elaboração de planos e estratégias dentro do universo de marketing digital através de consultorias para grandes marcas. Além disso, eu também produzo conteúdos digitais, que são meus cursos online, que demandam mais funções, como editores de vídeo por exemplo, além de construir meu posicionamento através do conteúdo nas redes sociais.
Uma particularidade importante na minha equipe é que ela não segue o modelo de CLT, ela funciona como um Hub de empresas e profissionais autônomos formais, ou seja, todos possuem CNPJ, alguns são MEI e outros até possuem suas pequenas equipes, mas todos trabalham como parceiros, como clientes uns dos outros. Existe um escopo de trabalho onde um contrato é elaborado com emissão de nota fiscal e a remuneração em cima disso, cada um com o seu modelo, mas todos seguindo essa forma de trabalhar que garante flexibilidade e individualidade. Desse modo, todos conseguem trabalhar seguindo a própria agenda já que lidamos com entregáveis, não com tempo. Pode haver questionamentos sobre esse método de gerir uma equipe, mas há uma legislação que permite esse modelo de trabalho e mesmo que sejam utilizadas outras formas, como CLT, todas as dicas valem independente do modelo que você for seguir.
- Conhecer os profissionais
Na minha equipe, as contratações sempre ocorreram a partir de indicações ou das minhas aulas, onde como professora acabo cruzando com diversos profissionais da área, se tornando a minha forma preferida para encontrar a pessoa certa para determinada função. Após a contratação, o próprio time indica pessoas que podem preencher alguma vaga, pois já possuem um olhar de dentro.
A preferência pela sala de aula vem por poder conhecer esses profissionais mais à fundo, saber quem de fato possui interesse pelo assunto ao comentar durante a aula ou após via e-mail, vem também por poder encontrar pessoas que querem dar o seu melhor, para a empresa e para o cliente, fazendo marketing com valores e com verdade. Lembrando que não é necessário ser o aluno prodígio, sempre comunicativo, pois dentro do meu time há profissionais que agem de tal forma, como produtores de conteúdo, mas também existem os mais introspectivos, que não querem ou não estão no momento de produzir, mas estão sempre dando o melhor de si nos bastidores.
- Teste e escala
O piloto é um trabalho remunerado, que pode sofrer alterações no contrato para funcionar melhor para o profissional. Na minha equipe, o piloto para uma vaga definirá antes do trabalho em si, os valores do profissional, analisar se eles fecham com os padrões da equipe e aí então, a parte técnica é discutida. Será feito um trabalho inicial para entender como a pessoa trabalha e então a parte dos ajustes dos pequenos detalhes para dar sequência ao projeto.
É importante entender que nessa fase do acordo, nossa mentalidade está mais madura e é onde utilizamos o piloto para ajustar as expectativas, o que precisa ser melhorado e também aprender um com o outro durante o processo. Conforme começamos a crescer junto a esses profissionais e empreendedores, mesmo durante uma grande escalada de conhecimento e novos trabalhos, sempre retornamos ao modelo de piloto e aprendizagem, pois isso faz com que todos baixem a guarda e se dediquem mais, trazendo até mais felicidade durante a jornada.
- Respeite o que cada um ama fazer.
Respeitar o que cada profissional gosta de fazer muda completamente o resultado de um trabalho, pois influencia diretamente na disposição que ele terá para realizá-lo. Sabe-se que fazer a mesma função não desejada repetidamente faz com que a motivação caia dia após dia resultando na perda da eficiência do trabalho e infelicidade. No meu time, sempre que possível conversamos para avaliar esse interesse e motivação, e se necessário fazemos adaptações para que o profissional possa desenvolver as funções conforme sua preferência.
Outro ponto essencial é a remuneração, que precisa estar adequada para que o trabalho seja valorizado. Buscar sempre o preço mais barato não segue o modelo de alto valor utilizado pela minha equipe, que quando está em um projeto com o cliente, sempre busca superar expectativas e para isso é necessária uma retaguarda com profissionais que buscam o mesmo objetivo. Querer superar expectativas e não remunerar devidamente a equipe acaba se tornando uma hipocrisia no negócio, sendo assim, é preciso discutir qual é o valor desejado e negociar com transparência, com uma remuneração justa e uma negociação sincera, todos crescem muito mais.
- Delegar e colaborar.
Para finalizar, uma dica especial que mudará o olhar da empresa: seu envolvimento com as funções delegadas.
Inicialmente, delegar pode gerar uma falsa ilusão de menos trabalho, mas o que de fato acontece é que o trabalho será feito de outra maneira, muitas vezes visando outro objetivo, por isso é importante sempre estar junto ao projeto e função. Participar ativamente dos processos e possuir empatia, já que todos são suscetíveis ao erro, resulta em foco nas soluções e alcance dos objetivos, transformando erros em aprendizados.
Participar ativamente das funções não significa centralizar o modo como é realizada cada uma delas. Permitir que o profissional desenvolva o projeto do jeito dele, faz com que ele continue se aprimorando, por isso é ideal possuir olhares múltiplos. Isso não significa que se deva concordar com tudo, pois a discordância muitas vezes traz pontos de vista diferentes que podem levar ao objetivo de uma melhor maneira. Delegar é colaborar para alcançar determinada meta e não ficar distante, de braços cruzados esperando tudo acontecer, pois isso não funciona.
Foi exatamente assim que o time Cami foi montado e são ótimas dicas para formar sua equipe, conhecendo os profissionais, permitindo que eles se desenvolvam, criando um ambiente fluido onde todos são respeitados e possuem liberdade para alcançar os objetivos pessoais e coletivos.