Instagram – uma ferramenta de marketing para empresas

Já escrevi sobre o uso do Tumblr como ferramenta de Marketing para empresas aqui no Marketing Drops e hoje é a vez do Instagram. Novamente, vale a pena reforçar o grande paradigma do Marketing em […]

Já escrevi sobre o uso do Tumblr como ferramenta de Marketing para empresas aqui no Marketing Drops e hoje é a vez do Instagram. Novamente, vale a pena reforçar o grande paradigma do Marketing em Mídias Sociais: as ferramentas não vão parar de nascer e morrer. MySpace, Orkut, Twitter. O Facebook também não será eterno. Muito se fala sobre nascimento e morte de mídias gerenciadas por usuários – pessoas como eu e você. Mas, o importante não é a ferramenta. É o que se faz com ela!

Sem dúvida, essa rede é uma febre. Repare no gráfico abaixo, que representa o volume de buscas pelo termo “Instagram” desde 2010, segundo o Google Trends.

instagram-marketing-drops

 A pergunta que não quer calar é: Como estruturar um Instagram de sucesso para uma empresa, adotando estratégias de Marketing Digital?

Entenda: Comportamento Emocional

Fui apresentada ao Instagram por uma típica consumidora inovadora – uma early adopter. Como em quase todo Ciclo de Vida de Produto, foram esses os primeiros usuários do Instagram. Ela me advertiu: “Cuidado, você vai se viciar!”. De fato, essa é uma característica marcante da rede social. Quais os fatores que reforçam essa característica?

* Distorção da percepção de tempo: ao acessar a rede social, não se sabe quantas atualizações foram feitas por seus amigos desde o último acesso. Fica mais difícil perceber o tempo passar, haverá ali uma distorção. O Twitter, que possui uma timeline muito similar em formato e mecânica, expõe o número de tweets não lidos. É muito provável que você já tenha descartado 100% dos tweets ao ver que haviam mais de 300 atualizações não lidas.

* Mobilidade: houve um tempo em que o telefone era da família, coletivo. Hoje, celular é um item tão pessoal quanto escova de dentes. Costumo brincar que smartphones provacam o efeito “autismo”, o usuário fica preso naquele mundo próprio, que carrega consigo para onde quer que vá. O Instagram foi vendido ao Facebook por meros 1 bilhão de dólares, por dois motivos que muito interessam à estratégia central da rede de Mark: expertise em mobilidade e envolvimento sentimental dos usuários.

* Simplicidade: uma imagem vale mais do que mil palavras. Com grande penetração de mercado em tempos de comunicação em 140 caracteres, uma rede social baseada somente em imagens faz milagres. Ela tira dos ombros do usuário o grande peso que é escrever bem, preocupar-se com ortografia, sintaxe, etc.

* Personificação: os estudiosos de Marketing Interativo dizem que não somos pessoas nas redes sociais e sim, personagens. Projetamos ali fragmentos de nossas vidas, envoltos em grandes blocos “daquilo que queremos ser”, ou em bom mercadolês, como queremos ser percebidos. O Instagram, assim como outras redes sociais, dá às pessoas a opção de ajustar a própria vida à condição que mais lhes agrada.

* Faça você mesmo: a aplicação de efeitos e filtros em fotos tiradas pelo celular é o grande hit do Instagram. Ele nasceu da identificação dessa oportunidade – os usuários não descarregavam as fotos no computador, as mantinham no celular. Ao criar uma espécie de álbum virtual, o usuário sente-se como um fotógrafo profissional, que cria algo belo e pode expressar sentimentos através de “sua arte”. Parece um clichê, mas a coisa é mais ou menos por aí! Dê uma olhada no vídeo abaixo, quem não se reconhece?

Ouvi de uma professora a história abaixo, que exemplifica o que falamos até aqui:

Minha sobrinha de 4 anos pedia:

“Mamãe, vamos bater coração?”

Intrigada, perguntei para minhã irmã o que era aquilo e ouvi surpresa que se tratava de um ritual entre mãe e filha – deitar no sofá e navegar pela rede social Instagram, curtindo as fotos (que ficam marcadas com um coração).

 Aplique: Estratégias e Táticas

O Instagram já possui contas de 40% das 100 marcas mais valiosas do mundo, segundo a pesquisa de mercado da Simply Measured. À título de comparação, 98% dessas mesmas marcas estão no Facebook e 94% no Twitter.  No Google+, estão presentes 64% delas e no Pinterest, 51%.

Para delimitar estratégias, tudo depende do objetivo. Não vale esquecer esse ponto, ok? A seguir, apresento algumas iniciativas de sucesso:

Eventos

O Grammy Awards 2012 teve cobertura pela TV de sua cerimônia e também do pré-evento, que acontece no tapete vermelho, com os repórteres. Mas a versão deste ano do evento ganhou uma novidade, a cobertura dos bastidores através do Instagram. Artistas entraram na onda e as hashtags (#) foram usadas para facilitar a encontrabilidade do conteúdo. Considero este um excelente exemplo de adaptabilidade de formatos: mantem-se a TV onde ela é soberana, entra a rede social onde há grandes oportunidades. Neste link estão algumas das fotos dos bastidores do Grammy.

Instafood

Comida tem muito apelo no Instagram. O uso da hashtag #instafood é uma mania entre os usuários e para empresas que estejam no ramo, essa rede social pode ser uma excelente oportunidade. O Mc Donald’s tem bastante engajamento no Instagram e também é case na área.  Abaixo, duas imagens de marcas que usam estratégias emocionais para engajar seus consumidores nessa rede social, porém com intensidades diferentes. Jamie Oliver, que mescla vida pessoal com comida, e Starbucks, que mescla café e estilo de vida. Vale ressaltar que a Starbucks tem mais de 1 milhão de seguidores no Instagram!

cases instagram - Marketing Drops

Vá além de mostrar seu produto

Muitas vezes, consideramos as mídias sociais canais puros de relacionamento. Diversas pesquisas já comprovaram que para os consumidores, as mídias sociais também são canais para conhecer produtos e participar de promoções de venda. Em linhas gerais, trabalhar nos extremos é complicado – muito foco no próprio produto é percebido como arrogância e muita conversa sobre “o céu, o mar, as estrelas, e a importância que damos ao cliente…” uma oportunidade desperdiçada de entregar ao público aquilo que ele realmente quer – a oportunidade de conhecer melhor seu produto através da mídia que ele mais usa – a social.

Um case para nos inspirar: Farm. Usando a hashtag #tonoadorofarm, a marca convida consumidores a marcar fotos que mostrem o Rio (que é a essência de seu branding baseado em estilo de vida), divulgando essas imagens no perfil oficial. Lembram que falamos sobre a sensação de ser um fotógrafo profissional? Através dessa ação tão simples a Farm premia esses fotógrafos, dá prestígio! Tudo a ver com o comportamento emocional!

farm no instagram

Abuse das integrações

A ideia de integrar o mobile com demais plataformas é por si só muito interessante! Quando adicionamos o ingrediente mágico – a colaboração – essa receita torna-se perfeita! Alguns projetos utilizaram essa sacada criativa em ações no Instagram. Para quem é mais técnico, a rede social tem API e área dev organizada, por isso, sem medo de integrar, ok?

O site This is Now usa o Mapa de Fotos para criar, em tempo real, o verdadeiro retrato de uma cidade. No formato de um agregador de conteúdo, esse site reúne as fotos de usuários que marcaram determinada cidade na opção de geolocalização do Instagram, criando um álbum colaborativo.

A Tiffany & Co fez uma campanha inusitada: pediu aos seus consumidores que tirassem fotos através do Instagram, marcando-as com hashtags para então integrar tudo isso em um site perfeito, baseado em storytelling. O resultado é uma coleção de fotos colaborativa, com histórias de amor reais, com pessoas de verdade. Tem até um mapa com corações, que marca os locais das fotos – uma espécie de mapa da paixão (Óunn!). O nome é super alinhado ao conceito: What Makes Love True.

Tiffany & Co - what makes love

 

Comprove: Métricas e Ferramentas

É sempre complicado falar sobre métricas sem falar sobre objetivos de negócio, objetivos de marketing e objetivos de comunicação. O que se mede depende muito do que se deseja alcançar.

No material abaixo, Gustavo Franco fala sobre alguns índices que podem ser mensurados, apresenta ferramentas e deixa dicas. Encontrei o perfil através de buscas no Slideshare e gostei bastante :)

Sobre as ferramentas, as mais utilizadas:

Searchinstagram.com: sempre que uma ferramenta possui API de busca interna isso interessa aos profissionais de Marketing Interativo. É por ali que se inicia o monitoramento, que se acompanha o mercado, a concorrência, etc. Fique de olho na busca, faça a sua curiosidade valer a pena!

Instagramers.com: não conhecia essa base de dados e fiquei sabendo dela através do material abaixo. Lá tem de tudo: desde um código para incorporar um botão estilizado até aplicação para DM, search interno e integrações com FanPage. Gostei muito!

Statigr.am: é uma aplicação simples, que entrega métricas básicas (não cruzam dados, possuem somente uma variável), como por exemplo, número de fotos postadas. O que mais chama a atenção é a opção de criar concursos culturais (promoções).

Stories

Confira um vídeo completo diretamente do meu canal no Youtube.

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9 comentários abaixo sobre Instagram – uma ferramenta de marketing para empresas

  • Raquel Moritz disse:

    Engraçado, eu como usuária do Instagram li o seu post e me identifiquei tanto com o comportamento que só posso acreditar que eu seria facilmente envolvida por marcas nesse contexto. E aí me peguei lembrando que a Tiffany foi a primeira marca que segui, e achei o máximo. Até participei dessa iniciativa deles do What Makes Your Love True :)

    Adorei o seu comentário sobre bastidores de eventos. Acho que essa “espiada” por trás das cortinas passa a sensação de que o consumidor está sendo o primeiro a saber. O primeiro a ver as novas cores do verão. O primeiro a ver a galera embalando os produtos pra colocar na loja no dia seguinte. O primeiro a tudo. Esse feeling pode ser bem explorado :)

    Parabéns pelo post, Cami! Sempre completíssimos, como não me canso de repetir.

    Beijos!

    • Camila Renaux disse:

      Oi, Raquel!

      Muito legal esse feedback sobre a sua experiência com o Instagram. O case de sucesso da Tiffany’s é interessante porque eles conseguiram trazer awareness para uma marca que tem um público bastante restrito, em uma campanha relativamente enxuta ($). Em tempos de Marketing de Resultados, isso nos ensina muito!

      Talvez o Instagram não seja o novo Pinterest – uma fonte inesgotável de tráfego – mas é um canal expressivo de relacionamento e também de acesso, quando pensamos em mobile.

      Obrigada pelos elogios! Eu fico imensamente feliz, ainda mais porque sou fã do Pipoca Musical, um blog excelente em conteúdo e em técnica.

      Um super beijo,
      Camila

  • AMEI o Texto! Adoro o aplicativo pela possibilidade de registrar as vivencias, além de possibilitar o compartilhamento por imagem.
    O “Bater o coração” e o “mapa do amor” (oinn) é apaixonante….
    Mesmo não sendo da área aprendi muito e levo comigo muitas de tuas considerações que me enriqueceram!!
    Parabéns pelo post,
    beijos

    • Camila Renaux disse:

      Oi, Duda!

      Que gratificante receber esse comentário! Ainda mais especial porque sou fã do seu blog, o palavrAcolhida! :)

      O Instagram é uma rede democrática e universal – fala todas as línguas, para todas as idades. Fico muito feliz em saber que você aprendeu alguma coisa com o Marketing Drops, é esse o objetivo!

      Apareça sempre!!

      Beijos,
      Camila

  • Allan Campos disse:

    Camila, muito legal este post! O instagram cometeu um erro sobre a propriedade das fotos dos usuários hoje/ontem né? Mesmo que irrisório perto da bolha dos anos 2000 o preço das empresas virtuais sem faturamento sólido ou sem modelo de negócio sustentável ainda é grande. Hoje o desespero para elas darem lucros está bem maior, e algumas decisões geram uma mudança tão grande que pode perder usuários tão rápido quanto ganharam.

    • Camila Renaux disse:

      Oi, Allan!

      Que legal que você gostou do post, eu fico muito feliz!

      A questão da privacidade das fotos do Instagram está diretamente relacionada com a política de privacidade do Facebook – uma empresa que vende publicidade segmentada a partir de dados sociais de seus usuários. Cabe aqui o ponto central do post – a relação sentimental dos usuários com a rede Instagram! Parece que não há espaço para trocas financeiras nesse relacionamento, não é?

      Em janeiro haverão mais posts sobre empresas .com e modelos de negócio, fique de olho! :)

  • Denise disse:

    Oi, Camila!

    Achei o seu texto ótimo! Ajudou bastante! Parabéns, viu? Hoje é fácil achar conteúdo sobre qualquer coisa, mas conteúdo aprofundado como o seu, é bem raro… muitos textos são superficiais! ;D